Aproveitando o nosso amor pelos livros resolvemos compartilhar, na última quarta-feira de cada mês, os livros que adquirimos (nosso book haul).
Não são necessariamente indicações, mas livros que, por alguma razão, entendemos que deveriam estar em nossa biblioteca pessoal.
Seguindo com a intenção de aumentar a minha bibliografia de mulheres, comprei o livro Boa Economia para Tempos Difíceis. Os autores, vencedores do Prêmio Nobel de Economia, trazem propostas inovadoras para combate à pobreza e à desigualdade. Já no começo do livro, dá para perceber que a ideia deles é destruir ideias cristalizadas e repetitivas sobre economia.
O livro Talvez Você Deva Conversar com Alguém foi indicação da minha irmã e do Bookster. Fala sobre a terapia e a relação entre terapeuta e paciente. A leitura está sanando muitas das minhas dúvidas sobre terapia. Por outro lado, me fez pensar se meu terapeuta me considera uma paciente enfadonha e se ele sabe que, às vezes, eu dou uma floreada nas minhas histórias…
Resolvi começar a ler o clássico da ficção científica “Duna” (Frank Herbert) não apenas para relaxar a mente após muitas leituras densas e de assuntos pesados, mas também porque o enredo da obra abrange temas de que gosto muito, como a ecologia e a disputa pelo poder entre os diversos estratos sociais.
Apesar de ser uma obra de ficção, o livro explora de forma bastante profunda as relações entre o ser humano e o meio ambiente e entre as próprias pessoas, tudo isso em um planeta distante em que a água é o bem mais raro – e, consequentemente, mais precioso – que existe.
Marrom e Amarelo de Paulo Scott é um romance que fala do nosso atraso e dificuldades em compreender o racismo, tratando a questão com a devida profundidade. O personagem principal é convidado para participar no “novo governo” de uma comissão que pretende rever o critério de enquadramento nas cotas em universidades, utilizando um software, e ao mesmo tempo fatos do passado ressurgem para demonstrar a falsa democracia racial brasileira.
Minha Vida de Rata de Joyce Carol Oates. Um livro incômodo e que também trata de racismo e outros temas ainda mais pesados. Desconfortável na maior parte das vezes e impactante. Apesar de pouco traduzida para o português a autora é das mais produtivas, twitteira de carteirinha, corredora e volta e meia ainda aparece na lista de possíveis ganhadores do Nobel de Literatura.
Martin há vários dias está fascinado com a história do João e o pé de feijão. Tentei ensinar que o João é um péssimo exemplo: desobedece a mãe, rouba coisas e ainda machuca o gigante. Em temos de afastamento social e home office não consegui acessar meu exemplar do Carlos Maximiliano para uma sentença, então tive que me virar com o Scalia. Sinceramente, entre os dois justices, minha impressão é que o nosso produziu obra muito melhor!
Desonra
Ambientado na África do Sul pós Apartheid, com uma narrativa muito rica, começa retratando a relação de um professor com uma aluna e segue com seus desfechos e as consequências na vida do protagonista, trazendo importantes reflexões sobre relações de poder, autoridade, consentimento, gênero, segregação e conflitos raciais.
É um resumo muito singelo da força da narrativa, vale muito a leitura! Este foi o livro através do qual fui apresentada a J. M. Coetzee e me fez ler os demais.
Ilustração do post: Tom Gauld