As águas de março fechando o verão e seguimos compartilhando nossos livros adquiridos (nosso book haul mensal).
Não necessariamente indicações, mas livros que entendemos que merecem estar em nossa biblioteca pessoal.
O livro Sociedade de Risco Mundial foi indicado na aula de nanoterapias que eu tive em um curso de direito do medicamento. O autor, sociólogo alemão, analisa os riscos gerados pela sociedade globalizada, frutos principalmente de coisas que são boas para a humanidade.
O Lustre é um romance pouco conhecido da nossa musa Clarice, e a edição da foto é comemorativa do seu centenário. Li as primeiras páginas e já vi que vai ser uma leitura difícil, com jeito de romance policial introspectivo psicanalítico libertador.
De tempos em tempos, eu procuro clássicos da literatura que, com vergonha, lembro que ainda não li. Também de tempos em tempos, procuro espairecer a mente com leituras que não exigem esforço de aprendizado e me fazem descansar (um pouco) da realidade.
Por isso que resolvi ler “O Processo”, obra prima do Franz Kafka. Só depois que me dei conta de que talvez ela não sirva para me afastar tanto assim das discussões da vida real, como sugere o trecho da história reproduzido na contracapa.
A Pianista, de Elfried Jelinek. A meta de uma ganhadora do Nobel a cada mês até o final de 2021 trouxe-me a esse livro da escritora austríaca, premiada em 2004. Uma história crua e visceral sobre uma pianista, Erika Kohut, que dá aulas na conservatória de Viena e reside com a mãe opressora.
Sem saber, eu e Bruno escolhemos nesse mês livros que se encontram, apesar de serem completamente diferentes. A opressão é tema comum nas narrativas, tanto que por vezes a protagonista é designada como Erika K., ou apenas K, que remete, em certa medida, ao personagem Josef K., de O Processo.
O livro já foi adaptado para o cinema pelo também austríaco Michael Haneke (A professora de piano, 2001, com Isabelle Hupert) e, para quem conhece as obras do cineasta, não poderia ser escolha melhor.
Jane Austen
Em homenagem ao bicentenário da morte de Jane Austen, o Reino Unido lançou uma nota de 10 libras com seu retrato, com a frase “I declare after all there is no enjoyment but reading”, do livro “Orgulho e Preconceito”, isso já bastaria para mostrar sua importância para a literatura.
Tendo sempre mulheres como protagonistas, criou personagens ricos. A leitura é leve mas está longe de ser rasa. Nos livros há ironia, humor, compaixão, amor e um retrato preciso da natureza humana.
Deixando de lado os grandes acontecimentos da era Georgiana para retratar a vida cotidiana, traz enredos gostosos, divertidos e envolventes, isso tudo sem perder a profundidade para um leitor atento.
Leia todos ou qualquer um deles… porque a vida precisa de um pouco de leveza…
Ilustração do post Pascal Campion