Para aqueles que, como eu, esforçam-se na construção de um mundo mais justo e para isso precisam entender as engrenagens que movem a sociedade e assim direcioná-las ao rumo certo, recomendo a leitura da obra “Desenvolvimento como Liberdade”, de Amartya Sen.
O autor propõe que o desenvolvimento econômico esteja a serviço das liberdades substanciais das pessoas, e não o contrário. Uma sociedade desenvolvida não é necessariamente uma sociedade rica, mas aquela em que os indivíduos podem gozar plenamente de sua liberdade. Não apenas liberdade física, mas liberdade de escolhas. O incremento da liberdade não depende da pujança econômica. Ambos evoluem conjuntamente e em uma relação de interdependência. O investimento nas pessoas (em sua educação, saúde, liberdades políticas e de pensamento), permitindo-lhes a condição de efetivamente fazerem suas escolhas, é que tornará a sociedade realmente desenvolvida.
Uma boa noção do espírito da obra pode ser extraída deste trecho:
Amartya Sen é indiano, mas sua vida acadêmica e profissional foi em grande parte exercida na Europa e nos Estados Unidos. Com isso, o autor consegue transitar muito facilmente pelas diversas realidades sociais e econômicas que servem como substrato para suas ideias.
A leitura é de certa forma densa e exige atenção, mas o engrandecimento que a obra traz compensa o esforço na compreensão.
Indicado por Bruno.