O regime sanguinário do General Augusto Pinochet foi responsável pelo desrespeito aos direitos humanos durante a ditadura militar chilena, 1973/1990, tendo ocorrido a prisão de oitenta mil pessoas, trinta mil torturadas e três mil pessoas assassinadas (Segundo a Comissão Rettig — Comissão Nacional de Verdade e Reconciliação Chilena).
Com base nesse cenário, Sissy Spacek (indicada ao Oscar de melhor atriz) e Jack Lemmon (indicado ao Oscar de melhor ator) estrelam Desaparecido (Missing, 1982, Palma de Ouro em Cannes, indicado ao Oscar de melhor filme e premiado como melhor roteiro adaptado).
Dirigido pelo cineasta grego Costa-Gavras, a partir do livro The Execution of Charles Horman: An American Sacrifice, de Thomas Hauser, baseado em fatos reais: a história do jornalista norte-americano Charles Horman, sequestrado pelos agentes repressores chilenos.
Jack Lemmon (em grande atuação) interpreta o pai de Charles, Edmund Horman, que busca encontrar o filho desaparecido.

A cena no estádio Nacional do Chile, palco de torturas e mortes, é emblemática de todo terror que embala um governo discricionário e que muitos insistem em naturalizar e celebrar.
No Chile já ocorreram várias sentenças com a punição de militares e indenização aos familiares das vítimas. Em 2018 foram responsabilizados pela morte do artista Victor Jara, em setembro de 1973.

O excelente filme de Gavras serve para lembrar aquilo que não pode ser esquecido. Para que não seja repetido jamais.
Por Marcelo Beckhausen1Marcelo Beckhausen é Procurador Regional da República na PRR4, professor de Direito Constitucional na Unisinos e colaborador do DeC.