Ame, ou ao menos não odeie!

Compartilhe amor, não ódio

Não, este não é um post romântico. Apenas busca resgatar a humanidade que deve haver em todos nós.

Todo o mundo sabe que o ser humano é um animal social. Só que a vida em sociedade só é possível e desejável se tivermos paz. O ódio, a intolerância, o preconceito, o menosprezo, o senso de superioridade e a falta de empatia segregam, e a segregação esfacela a sociedade.

Quem ama, pode odiar ao mesmo tempo? O amor é compatível com a intolerância, com o preconceito e com o menosprezo? É possível amar sem reconhecer que a pessoa amada é tão digna como nós? Nós nos importamos com quem amamos?

Não é difícil responder a essas perguntas. Não é difícil, portanto, concluir que o amor resolve todas as mazelas da humanidade.

É óbvio que não estaremos, a partir de agora, apaixonados por todas as pessoas. Vamos tornar as coisas mais fáceis, então. Se você não consegue amar outro ser humano pelo simples fato de ele ser uma pessoa que vive e sente como todas as outras, ainda que diferente no modo de viver e de sentir, basta que não o odeie por isso.

Que o outro seja feliz vivendo a vida dele enquanto você vive a sua, afinal você tem tantas coisas para se preocupar com a própria vida que não terá tempo para criticar a dos outros. Se as preocupações com sua própria vida não lhe tomam todo o tempo (mas mesmo que tomem), que tal se preocupar com aqueles que precisam de ajuda, então? Se a felicidade alheia lhe faz mal, certamente o problema não está no outro.

Enfim, ame a si mesmo. Ame os outros pelo simples fato de serem pessoas como você. Se não quer se comparar aos diferentes para também amá-los, então não os odeie. Deixe que vivam as próprias vidas e transforme a energia do ódio em amor a quem você acha que o merece.

O amor é atemporal, não tem raça, cor, nacionalidade, convicções religiosas ou políticas.

Se você é da tribo dos religiosos cristãos, lembre-se do que disse Jesus: “O que vos mando é que vos ameis uns aos outros” (João 15:17).

Se é da tribo dos cristãos católicos, pode acrescentar um trecho da Oração de São Francisco:

(...)
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
(...)
Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
(...)

Se o budismo é a sua tribo, lembre-se então do Dalai Lama:

“Se existe amor, há também esperança de existirem verdadeiras famílias, verdadeira fraternidade, verdadeira igualdade e verdadeira paz. Se não há mais amor dentro de você, se você continua a ver os outros como inimigos, não importa o conhecimento ou o nível de instrução que você tenha, não importa o progresso material que alcance, só haverá sofrimento e confusão no cômputo final. O homem vai continuar enganando e subjugando outros homens. Basicamente, todo mundo existe na própria natureza do sofrimento, por isso insultar ou maltratar os outros é algo sem propósito. O fundamento de toda prática espiritual é o amor. Que você o pratique bem é meu único pedido”.

Os integrantes da tribo dos rockeiros certamente invocarão os Beatles (essa é uma versão sensacional com Paul McCartney, Joe Cocker, Eric Clapton, Rod Stewart e outras estrelas do Rock):

All you need is love
All you need is love
All you need is love, love
Love is all you need

Ou então Legião Urbana, que colocou guitarra e bateria em versos do apóstolo Paulo e criou a consagrada música Monte Castelo (quem acha, como eu, que nunca é demais ver e ouvir Renato Russo e cia, assista).

Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
(...)
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor(...)

Já a tribo do rap certamente buscará inspiração em Gabriel, o Pensador (A Cura Tá no Coração), que fez uma parceria muito legal com Cynthia Luz:

A cura tá no coração
Só procure mais amar do que ser amado
Onde houver discórdia, leve a união
Tamo junto e nosso amor nunca vai ser parado

Resumindo tudo isso, vale reproduzir trecho do discurso de encerramento da carreira política de Pepe Mujica:

Enfim, a solução para a salvação da sociedade é muito simples: o Amor! Pelas pessoas, pelo meio-ambiente, pelo planeta. Colocá-la em prática exige apenas um passo inicial: não odeie quem é ou pensa diferente de você. O resto vem como consequência.

Por Bruno.

(imagem do post: Dan Edge on Unsplash)

image_pdf

Mais Chazinhos

Compartilhe:

Subscribe
Notify of

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments