Não li o livro, indicado pelo amigo José Osmar Pumes. Mas vi o filme dirigido pelo francês Jacques Audiard.
O roteiro de “Os Irmãos Sisters” é baseado na obra do canadense Patrick deWitt, vencedor do book Prize de 2011.
A história gira em torno de Eli (melhor interpretação que vi de John C. Reilly) e Charlie (o recentemente oscarizado Joaquin Phoenix), dois irmãos que recebem uma missão do misterioso Comodoro (Rutger Hauer) para matar Hermann Kermit Warm (Riz Ahmed), um químico que trabalha na exploração de ouro.
O filme retrata a relação fraternal entre Eli e Charlie, diante da selvageria do Oeste americano com seus duelos sangrentos, perseguições a cavalo e muitos tiroteios (a cena inicial, noturna, é muito inovadora).
Também explora bastante o lado psicológico dos assassinos, com crises de consciência e ausências de afeto (a cena do xale e da prostituta é ao mesmo tempo engraçada e triste).
Um western diferente que parece uma remontagem de Butch Cassidy (Butch Cassidy and the Sundance Kid, 1969) ou uma apologia a Os Imperdoáveis (Unforgiven, 1992), mas sem a densidade dramática desse último.
Um filme sobre fraternidade e escolhas. Sobre diferenças. E sobre como voltamos para o lugar de onde partimos. Mesmo simbolicamente.
Por Marcelo Beckhausen1Marcelo Beckhausen é Procurador Regional da República na PRR4, professor de Direito Constitucional na Unisinos e colaborador do DeC.